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Resenha do Surf comenta CT Tahiti Pro Gabriel Medina - The King of Teahupoo.

E a etapa de Teahupoo chegou ao seu fim! Sorte para nós brasileiros, que não teve nenhuma novidade e mais um surfista brasileiro no lugar mais alto do pódio!

Antes de comentar sobre o campeão, e sobre os demais destaques desta etapa, vale o registro de que não foi nem de longe Teahupoo que esperávamos. O campeonato inteiro foi disputado em marolas (para o nível de lá é claro) e foram raros os tubos, que é o que se espera ver nessa etapa. Eu acredito que a WSL deveria pensar em tomar certas providências para não “queimar” certos picos com alto potencial de ondas. Hoje em dia a tecnologia nos permite saber com uma certa antecedência, a chegada dos swells (ondulações), e talvez um sistema de alerta, como é feito no campeonato de ondas grandes poderia ser considerado para certas etapas, como o próprio Tahiti, Fiji (que espero que volte logo ao circuito), e Havaí.


Quanto ao campeonato, logo de cara, no segundo round, tivemos uma surpresa animadora (para o Brasil é claro!). Julian Wilson foi eliminado pelo local Tikanui Smith, que por sinal, estava com o joelho lesionado. Detalhe, nos minutos finais de bateria, Julian precisava de uma nota 1.84 para virar, praticamente era só “ficar em pé na prancha” que os juízes davam a virada. Mesmo assim o australiano ficou inerte e foi eliminado precocemente numa das etapas em que é considerado favorito.

Outro destaque, agora negativamente para o Brasil, foi a eliminação de Jessé Mendes por Wade Carmichael. Claramente houve uma certa “má vontade” dos juízes em soltar a pontuação que Jessé precisava para a virada, além da demora excessiva em divulgar as notas do brasileiro.

Dos brasileiros que estavam lá atrás no ranking, e precisando de um bom resultado, destaque para Yago Dora, que ficou com a 9ª colocação, mas que deu um gostinho de que podia avançar mais na competição. Yago foi o autor de um dos aéreos mais impressionantes da etapa!


Chegando nos destaques brasileiros, começo com Ítalo Ferreira que teve um bom desempenho e principalmente “sangue frio” para virar sua bateria no round 4, com dois aéreos incríveis nos momentos finais da bateria. Um deles inclusive praticamente aterrissando na bancada de corais. Ítalo só foi parado nas quartas pelo inspirado Medina.

Filipe Toledo mostrou que está totalmente focado no título esse ano. Foi mais cedo para o Tahiti treinar, e numa das etapas que não é considerado favorito, conseguiu uma terceira posição, parando apenas nas semifinais, para um dos especialistas na onda, Owen Wright. Apesar das ondas estarem pequenas, e não ser aquela clássica Teahupoo, na minha opinião, houve sim evolução em seu desempenho, principalmente na colocação e técnica nos tubos.

Além do que, Toledo já foi eliminado em algumas ocasiões com ondas pequenas e difíceis nesse mesmo pico. Ele irá para o Surf Ranch ainda vestindo a lycra amarela de líder.


O que falar então de Gabriel Medina? Parece que nasceu em Teahupoo! Fez sua 4ª final em 5 anos, onde venceu 2 delas. Certamente é um dos melhores (senão o melhor) no pico na atualidade! Mesmo em condições atípicas, o paulista sabe muito bem se virar! Nos momentos precisos, usou seus aéreos com maestria! Aéreos esses, que fazia algum tempo que não os completava em competições. A semifinal com Jeremy Flores, que é seu carrasco no tour, foi um exemplo de que a manobra estava no pé.

A final contra Owen Wright, teve momentos de tensão, e só foi decidida na última onda. Parece que os deuses polinésios quiseram compensar o ano passado, quando as melhores ondas da bateria apareceram para Julian Wilson. Na bateria final, o mar piorou muito, bastante em decorrência do vento que começou a soprar mais forte, fazendo com que a maioria dos tubos fechasse. Medina que tinha conseguido a sua melhor nota até então com um aéreo e manobras, conseguiu um tubo salvador no último minuto! A buzina tocou, houve aqueles momentos de tensão para descobrir quem era o campeão. Mas parece que todos já sabiam! O título voltava para as mãos de Medina, bicampeão no Tahiti e "The King of Teahupoo", pelo menos nos dias atuais!


Agora segura o campeão, que vai para as etapas em que tem ótimo retrospecto: Surf Ranch,(EUA), Hossegor (França), Peniche (Portugal) e Pipeline (Havaí). Sorte para nós brasileiros parece que o título ficará em nossas mãos!

Ah, vale lembrar, TOP 5 do Ranking com 3 brasileiros surfando em alto nível:

WSL Ranking

- Ricardo Roldan - Resenha do Surf.

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